quinta-feira, 30 de julho de 2009

Reciclagem Semântica

Um dos motivos pelos quais o I.D.H. da República dos PsicoTrópicos está entre os mais altos do mundo é a emenda constitucional que baniu a hipocrisia e suas variantes (tucanês dá cadeia por aqui) dos documentos oficiais, discursos públicos e qualquer forma de veiculação de mensagens que não esteja confinada à residência do emissor. Há uma limitada complacência em relação aos floreios, mas apenas para mostrar que temos a mente aberta.

Um de nossos adidos culturais coletou, ao longo de suas visitas ao Brasil, exemplares interessantes do uso prático da língua (nenhum duplo sentido intencional, mas esteja à vontade). Tratam-se de exemplos “sal-da-terra”, humor democrático que contempla tanto os ricos quanto as pessoas de verdade. Coisa bem pensada, complexa de tão simples. Nada de gírias engolidoras de sílabas, mulheres adjetivadas com frutas ou charges políticas de semanários com títulos no imperativo.

Nesta primeira edição da Reciclagem Semântica, apresentaremos a mulher-granada, a rainha do lodo e o apartamento-marmita.

Mulher-granada é um conceito simples. Trata-se da feia que se cerca de amigas bonitas. O grupo de rapazes na outra mesa terá que eleger um heróico voluntário para se jogar sobre a granada e garantir o avanço do batalhão. Um brinde aos heróis, e que nunca faltem por nós.

A rainha do lodo é um conceito simetricamente complementar ao anterior. Trata-se da mulher mais-ou-menos que se cerca de amigas feias, e assim pretende concentrar em si todos os olhares do boteco através de concorrência desleal. Rainhas do lodo costumam odiar mulheres-granada e “Uma mente brilhante”.

Finalmente, o apartamento-marmita. Trata-se do típico domicílio de solteiro, de ambos os gêneros, pequeno demais para uma reunião social que não envolva corpos muito próximos. Nas palavras sábias de Fransueldes de Abreu, “entrou, é comida”.

Entendam, o adido estava de férias. Quando ele estiver trabalhando, já nos prometeu um relatório completo dos termos exclusivos da vida corporativa.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Apologia a Sauron

Acho que finalmente entendi Tolkien, e entendi enquanto cagava. Não que o local ou o ato em si tenham motivado a epifania, longe disso. Mas foi o momento de parada forçada que fiz durante uma crise. Percebi que havia perdido um livro e estava louco atrás dele, até que o chamado da natureza me obrigou a ir ao vaso.

Até algumas horas atrás, o livro não era mais importante do que qualquer outro da minha coleção. Ele não era o mais caro, nem o mais bonito, nem o mais inteligente. O próprio autor do livro perdido já escrevera coisa melhor. E minha coleção, por sua vez, apesar do meu carinho por ela, não é impressionante. Duvido que ela um dia salve a vida de alguém.

Mas, bem sabe quem trabalha com informações, você guarda livros durante uma vida toda, lê alguns, agenda outros para uma leitura futura, que nunca chega, e um dia, por causa de uma idéia maluca que vai tirar o seu trabalho corriqueiro do marasmo e jogá-lo em outro nível – que envolve, no mínimo, elogios e tapinhas nas costas – você precisa reler uma idéia que, salvo falha de memória, estava em algum livro seu. E aquele maldito livro deixa de ser só mais um anteparo de poeira, e se torna “o um” livro.

Começa tranqüilo, como a primeira chama de um incêndio. Você checa primeiro os lugares onde ele deveria estar, e fica levemente incomodado. Depois os lugares onde você costuma deixar livros, como o chão ao lado da cama ou a escrivaninha. Então a fria realidade alcança os seus sentidos. Você parte para as outras coleções de livros presentes na casa, e num último desespero passa a olhar qualquer gaveta grande o bastante para contê-lo. Tudo inútil. O um livro não está lá.

Você cria pilhas enormes de bagunça e destruição atrás dele, arregimenta quem estiver por perto na procura por ele. Você visita lugares em que já esteve, na esperança de ter deixado passar alguma coisa, e arrasta a mobília na esperança de que ele tenha caído inocentemente atrás de uma estante qualquer – sabendo no fundo da alma que vai se vingar da tal estante depois que achar o livro e passar o nervosismo, transformando-a num apoio para copos e cinzeiros pelo resto da eternidade.

O maldito livro não aparece. A idéia genial vai ter que esperar o livro brotar do nada, ou uma visita nada gloriosa até a livraria mais próxima, para a compra de um livro que você sabe que já tem. Só de imaginar a cara inocente e solícita do vendedor, o sangue ferve o bastante para estripar alguém. Mas até a expressão bovina do vendedor é melhor do que estar sem o livro, porque isso significa mais um trabalho médio, e o médio é perturbador.

Como você é uma pessoa racional, canaliza essa raiva para uma segunda busca ao livro perdido. Só que, em algum lugar bizarro do seu inconsciente, você já cedeu e está se culpando por ser desorganizado. E começa a arrumar seus livros, por impulso, para que eles sempre estejam ao alcance da mão quando você precisar deles – o que é louvável, exceto por não resolver o problema fundamental: o um livro não está lá, mesmo depois da minuciosa cata de outros livros espalhados pela casa, alfabeticamente devolvidos aos seus lugares de direito.

Foi nesse estágio que a inevitabilidade se manifestou do jeito que só as tripas sabem fazer. Fui ao banheiro e, sem muita explicação, me peguei sentindo piedade do Sauron. E entendi que os vilões eram aqueles gordos de um metro e vinte, escondendo o um livro, digo, anel, com todas as forças, para evitar algo que seguramente era melhor do que aquela vidinha insuportavelmente média e constante.

Mas eu vi os filmes, e não tenho a menor vocação para vilão de segunda, que sempre se despede da vida com um "eu cheguei tão perto" nos lábios, preferencialmente com um espetáculo de efeitos especias. Eu sei no que dá esse tipo de braço de ferro. Minha conclusão honesta? Que se danem esses malucos faladores de língua élfica. Se Sauron tivesse parado para cagar no meio daquela confusão toda, teria ido à joalheria no dia seguinte.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Caixa de Sugestões

É dito, não sem razão, que a estrada para o Inferno foi pavimentada com boas intenções. Por que deixaríamos de aproveitar a oportunidade e calçar mais um ou dois metros até o destino final? Se para nada servir, acelera a viagem de um monte de gente.

A boa intenção deste ponto preto na Interrede (In-ter-re-de. Isso mesmo. Porque Rede Mundial é brega e Internet é coisa de vendido) é falar sobre tudo, desordenadamente, mas mantendo a linha de raciocínio. Por isso, vá se acostumando com esta barra, na lateral direita do seu monitor. Ela é sua amiga. Transforma esta bagunça semi-digerida de postagens em porções palatáveis de assuntos variados (leitor, seja generoso no julgamento desta última frase).

Aqui, por exemplo, estão reunidas as postagens sobre este espaço virtual soberano em que você está agora, e de onde, esperamos, sairão críticas construtivas para a República dos PsicoTrópicos. Também aceitamos doações de material para publicação, mas se você não tem nossa caixa postal, é porque não aceitaríamos o seu material, pra começo de conversa.

E sim, se esta é a segunda vez que você lê esta mensagem, é porque acaba de descobrir que ela é a primeira mensagem padronizada para todos os marcadores.

Medida Provisória: Filosofias de Boteco e Kung-fu Mental.

É dito, não sem razão, que a estrada para o Inferno foi pavimentada com boas intenções. Por que deixaríamos de aproveitar a oportunidade e calçar mais um ou dois metros até o destino final? Se para nada servir, acelera a viagem de um monte de gente.

A boa intenção deste ponto preto na Interrede (In-ter-re-de. Isso mesmo. Porque Rede Mundial é brega e Internet é coisa de vendido) é falar sobre tudo, desordenadamente, mas mantendo a linha de raciocínio. Por isso, vá se acostumando com esta barra, na lateral direita do seu monitor. Ela é sua amiga. Transforma esta bagunça semi-digerida de postagens em porções palatáveis de assuntos variados (leitor, seja generoso no julgamento desta última frase).

Aqui, por exemplo, estão reunidas as postagens sobre Questões Existenciais, Questões Morais, Questões Éticas, e todas as outras que as pessoas se fazem antes de abraçarem o bêbado mais próximo e dizerem “você é meu amigo” (leitor, a tipografia padrão do Blogger ainda não permite que a fonte da frase entre aspas seja trocada para refletir visualmente com exatidão o estado gelatinoso do som da voz de um bêbado. Pedimos perdão pela limitação técnica).

E sim, se esta é a segunda vez que você lê esta mensagem, é porque acaba de descobrir que ela é a primeira mensagem padronizada para todos os marcadores.

Medida Provisória: Política e Outros Escândalos

É dito, não sem razão, que a estrada para o Inferno foi pavimentada com boas intenções. Por que deixaríamos de aproveitar a oportunidade e calçar mais um ou dois metros até o destino final? Se para nada servir, acelera a viagem de um monte de gente.

A boa intenção deste ponto preto na Interrede (In-ter-re-de. Isso mesmo. Porque Rede Mundial é brega e Internet é coisa de vendido) é falar sobre tudo, desordenadamente, mas mantendo a linha de raciocínio. Por isso, vá se acostumando com esta barra, na lateral direita do seu monitor. Ela é sua amiga. Transforma esta bagunça semi-digerida de postagens em porções palatáveis de assuntos variados (leitor, seja generoso no julgamento desta última frase).

Aqui, por exemplo, estão reunidas as postagens sobre Política, escândalos da Mídia e outras coisas realmente pornográficas, que mereciam três xises ou mais. Recomendamos discrição ao leitor.

E sim, se esta é a segunda vez que você lê esta mensagem, é porque acaba de descobrir que ela é a primeira mensagem padronizada para todos os marcadores.

Medida Provisória: Lugares pra ir e Coisas para ver (ou fugir).

É dito, não sem razão, que a estrada para o Inferno foi pavimentada com boas intenções. Por que deixaríamos de aproveitar a oportunidade e calçar mais um ou dois metros até o destino final? Se para nada servir, acelera a viagem de um monte de gente.

A boa intenção deste ponto preto na Interrede (In-ter-re-de. Isso mesmo. Porque Rede Mundial é brega e Internet é coisa de vendido) é falar sobre tudo, desordenadamente, mas mantendo a linha de raciocínio. Por isso, vá se acostumando com esta barra, na lateral direita do seu monitor. Ela é sua amiga. Transforma esta bagunça semi-digerida de postagens em porções palatáveis de assuntos variados (leitor, seja generoso no julgamento desta última frase).

Aqui, por exemplo, estão reunidas as postagens sobre aquele conjunto obscuro de estabelecimentos onde se vende etretenimento, em garrafas, telas, muros picadeiros, mesas de som e seus semelhantes, todos visitados por nossos embaixadores. São nossos Cenários. E não se preocupem, vamos ser hone$to$ em no$$o$ comentário$.

E sim, se esta é a segunda vez que você lê esta mensagem, é porque acaba de descobrir que ela é a primeira mensagem padronizada para todos os marcadores.

Medida Provisória: Contos

É dito, não sem razão, que a estrada para o Inferno foi pavimentada com boas intenções. Por que deixaríamos de aproveitar a oportunidade e calçar mais um ou dois metros até o destino final? Se para nada servir, acelera a viagem de um monte de gente.

A boa intenção deste ponto preto na Interrede (In-ter-re-de. Isso mesmo. Porque Rede Mundial é brega e Internet é coisa de vendido) é falar sobre tudo, desordenadamente, mas mantendo a linha de raciocínio. Por isso, vá se acostumando com esta barra, na lateral direita do seu monitor. Ela é sua amiga. Transforma esta bagunça semi-digerida de postagens em porções palatáveis de assuntos variados (leitor, seja generoso no julgamento desta última frase).
Aqui, por exemplo, estão reunidas as postagens sobre Contos e Outras Bobagens que escrevemos em nosso tempo livre. As Nações Amigas, eventualmente, também terão seu espaço (aceita-se subornos).

E sim, se esta é a segunda vez que você lê esta mensagem, é porque acaba de descobrir que ela é a primeira mensagem padronizada para todos os marcadores.